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 CAPÍTULO 3 - Apartamento 401

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bruno
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MensagemAssunto: CAPÍTULO 3 - Apartamento 401   CAPÍTULO 3 - Apartamento 401 Icon_minitime1Dom Ago 16, 2015 4:20 am

CAPÍTULO 3 - Apartamento 401

No alto do terraço, com seu novo grupo, José descansa em segurança à sombra dos demais prédios, ele encosta as costas na parede e respira aliviado, olhando para suas mãos, cheias de sangue e trêmulas, abrindo e fechando-as tenta bombear o sangue para estabilizá-la. - Tô vivo!! Diz expirando o ar para fora de seus pulmões.

Dona Judite dá água a Camily, que também recebe um carinho nos cabelos de Eduarda. Vicente empilha algumas caixas e Eurico continua enrolando cordas, cabos e fios. A idosa é uma exata caricatura de uma pessoa da sua idade. Com roupas de lã, casaco sobre a blusa, meias, chinelo e óculos é uma típica dona de casa aposentada. De baixa estatura, corpo roliço, mãos macias, perfumada e falar manso ela conquista a garotinha que esboça um sorriso quando recebe algumas bolachas.
Eduarda é uma bela morena, baixinha, entre 20 e 25 anos de idade, cabelos presos com um "rabo de cavalo", óculos de grau, vestia uma blusa colada ao corpo, calça de moletom e tênis. Vicente, irmão de Eduarda, era um pouco mais alto e mais velho, também prendia seu cabelo com uma "rabo de cavalo" mas bem menos arrumado do que o da irmã. Sua barba era de uma pessoa que pouco se importava com a aparência, assim como seu físico roliço. Ele vestia uma camisa de super-herói, bermuda xadrez e tênis, nada combinando.
Eurico aparenta ter menos mas ele já ultrapassou a casa dos 40 anos. Se seu físico não condiz com sua idade, seus cabelos grisalhos o entregam. De calça jeans, camisa polo e sapatenis é o mais apresentável.

- De onde você veio? Pergunta Eduarda para José, ainda ao lado de Camily.
- Ouvimos você atirando. Corremos para a beira do terraço para ver. Quem eram aquelas pessoas com você? Vicente completa a pergunta.
- Deixa ele descansar gente. Diz Dona Judite.
- Queremos saber o que esta acontecendo la fora. Responde Eduarda.
- São pessoas que eu conheci no sábado, quando tudo começou. Eramos estranhos até então... ele faz uma expressão de tristeza e continua... ainda somos na verdade. Ficamos presos no salão de entrada do prédio. Lembro de ter salvo Camily a primeira vez e de uma explosão em seguida, depois, acordei e já havia sido socorrido pelo doutor Tadeu...
- Aquele Senhor que foi....? Pergunta Eduarda
- Sim.. aquele que foi.. Responde... Meu irmão é da marinha. Ele é fuzileiro e esta vindo me encontrar, mas preciso chegar até a casa dos meus pais.. não é longe daqui. Ele vai saber nos dizer o que realmente esta acontecendo... Quando escuta isso, Eurico se interessa pela conversa... - Militar é? Porque as pessoas estão se atacando? Pergunta ele.
- Foram infectada. Morreram e voltaram assim. É tudo o que eu sei.
- Como assim morreram?
- Morreram, porra!.. e voltaram.
- Então são mortos-vivos?... Vicente se assusta..  - Tipo os zumbis dos games? Ele leva as mãos a boca e arregala os olhos.
- Deixa de ser nerd Vi. Retruca Eduarda... - Isso só existe nesse seu mundo de criança que não sai de casa.
- Ta ai a prova Duda... é gente comendo gente... gente que morreu e ta andando por ai novamente.
- O que eles são eu não sei, mas é exatamente isso que eles fazem.
- Coma um pouco! você deve estar faminto. Dona Judite oferece uma garrafa de água mineral e pão a José.

O grupo do terraço conseguiu juntar alguns suplementos. Comida e água não faltavam. - Quando as explosões começaram Vicente e eu estávamos dentro de casa, vendo filme. Escutei a gritaria lá fora e nos corredores do prédio. As tantas explosões fizeram com que a maioria das pessoas deixassem o prédio. Diz Eduarda.
- É verdade. Nós iriamos descer juntos mas um amigo do apartamento da frente gritava dizendo que estávamos fazendo errado, que deveríamos ficar e nos proteger, que o resgate iria chegar. Completa Vicente.
- Foi ai que paramos e ficamos. Mais algumas outras pessoas também ficaram e tivemos a ideia de vir aqui pro terraço e foi então que vimos o que estava acontecendo la fora. Helicópteros, viaturas, caminhões de bombeiros, tiros e mais tiros e muita gritaria. Diz Eduarda.
- Eles estavam atirando nas pessoas dos helicópteros.. fala Vicente.. Foi ai que entendemos que não teríamos nenhum resgate e corremos para baixo. quando chegamos na portaria vimos pessoas devorando outras pessoas.
- Eurico estava lá, brigando com os infectados. Eduarda aponta pra Eurico.
- Eu nem moro nesse prédio. Estava fugindo e quando vi que estava encurralado entrei sem exitar. Diz Eurico com tom de raiva... Um outro rapaz me ajudou a fechar a porta, mas ele havia sido mordido nas costas.
- Eu só tive coragem de abrir a porta da minha casa horas depois. Comenta Dona Judite.
- Fez certo! Responde José.
- Então só sobramos nós, das cinco pessoas que ficaram.. quer dizer, só a Duda e eu, o Eurico veio de fora, assim como você.
- Cadê o rapaz que te ajudou, Eurico? Que foi mordido? Pergunta José,lembrando do que seu irmão havia lhe dito.
- Ele morreu. Na mesma noite..não aguentou os ferimentos e morreu. Nós deixamos ele num apartamento, o 401. Em seguida entramos de casa em casa pra saber se não havia mais ninguém e pegamos o tudo o que havia pra nos alimentarmos.
- Muito bom! Excelente.. mas quero me certificar de uma coisa. Você sabe lidar com arma, Eurico? Pergunta José oferecendo a pistola.
- Não tenho prática, mas sei sim.
- Vamos ao 401.
- Pra quê? Pergunta Vicente.
José conta novamente o que ouviu de seu irmão. Eurico faz cara de intrigado e Vicente fica pasmo. Os três seguem para o andar de baixo. - Este andar é o salão de festas. O 401 fica no de baixo. Conta Vicente.
- Não tem mais ninguém vivo aqui além de nós. Só o cara morto, não precisamos de armas. Diz Eurico.
- Realmente espero não precisar. Diz José. Logo eles chegam ao apartamento. Vicente aponta para a porta de entrada, meio nervoso. Cautelosamente José segura a maçaneta e pergunta em voz baixa: - Onde vocês deixaram o corpo dele?
- No quarto. Responde Eurico.
Eles entram no apartamento. A sala está vazia. José mantém o fuzil pronto para disparar. Eurico esta logo atrás, empunhando a pistola mas apontando para baixo e Vicente por último. O apartamento é grande, uma sala e copa conjugadas com um lavabo entre eles, seguido de um corredor que leva aos quartos. - Qual quarto? Pergunta José em voz ainda mais baixa.
- O último! Responde Eurico.
- Tinha que ser! Diz José preocupado.
Passo a passo eles vão avançando e chegam ao último quarto, uma suíte, e quando entram a resposta que procuravam é a pior possível. O corpo do rapaz não estava mais sob a cama. Um frio toma conta da barriga do trio e um barulho vindo do outro quarto aumenta ainda mais a tensão. Vicente se assusta e esbarra o braço no guarda-roupa. Um gemido já conhecido por eles vem de um outro quarto. Vicente coloca a cabeça pra fora da porta e vê o mesmo homem que havia colocado sem vida na cama da suíte vindo rapidamente em sua direção. - AAAAAAAAAAhhhhhhhh!! Grita ele assustado batendo a porta e correndo para dentro da suíte. O infectado esbarra na porta entreaberta e entra no quarto. Eurico se joga para cima da cama e José usa o fuzil para acertá-lo, golpeia o rosto do morto-vivo duas vezes, derrubando-o para depois pisotear, até que seu crânio ficasse destruído.
- Merda! Era o que eu estava imaginando mesmo. José volta correndo para o terraço, deixando os demais para trás.
Ao chegar no parapeito ele ajusta a mira do fuzil para poder ver melhor á distância, observa e logo em seguida faz uma cara de decepção. Os outros dois chegam ao terraço também e tentam entender o que havia acontecido. José chama Eurico e aponta para um corpo rastejando no chão, com a face parcialmente deformada, pernas dilaceradas e vísceras penduradas.
- Ta vendo aquela mulher ali? Rastejando entre os carros? Aponta José.
- Sim! O que tem ela com o que acabamos de ver? Pergunta Eurico e José responde apenas virando o olhar na direção de Camily. Eurico entende rapidamente. Vicente não. O grisalho puxa o jovem pelo colarinho e fala baixinho em seu ouvido. - É a mãe dela.
Era Solange, ou o que restou dela. - Bati o olho naquela coisa rastejando no chão, reconheci a roupa mas não pude acreditar. Logo vocês começaram a falar do cara do 401.. me veio a conversa com Marcus na cabeça e quis me certificar. Infelizmente ele tem razão. Explica José.

O clima tenso toma conta do trio. O jovem chama sua irmã no canto e conta o ocorrido. Eurico faz o mesmo com Dona Judite enquanto José fica ao lado de Camily.

FIM DO TERCEIRO CAPÍTULO
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